De sorriso no rosto, recebe-nos em sua casa onde tem um dos seus teares.
Natural de Ariz, nasceu em 1939, casou e teve 5 filhos. Nenhum deles quis seguir a arte da mãe.
Junto com o seu Manuel, sempre trabalhou o linho, herança dos seus antepassados e dos antepassados do seu marido.
No início faziam o ciclo do linho completo. Maçar, espadar antes de ir à roca, urdir, levar ao sarilho e dobadoura.
Agora, com o linho pronto, começa o processo de tecer, enche as canelas com o caneleiro e utilizando a perdizela para prender a canela à barquinha, tece na teia previamente colocada no tear após ser estendida.
Elabora tapetes, naperons e outras coisas que guarda num baú e que nos mostra orgulhosa. Enquanto enumera os seus trabalhos o Sr. Manuel vai-nos brindando com algumas quadras alusivas ao trabalho das tecedeiras:
“Os olhos da tecedeira
Nunca estão sossegados,
Ora estão na lançadeira
Ora nos fios quebrados”
A D. Zélia doou um tear ao Município de Vila Nova de Paiva, uma herança de familiares, com mais de 100 anos, que após ser restaurado ganhou uma nova vida, e pode ser visitado, junto com alguns dos seus trabalhos no Auditório Municipal Carlos Paredes.
“Aquela tecedeira leva rigorosa vida
Paus nos pés
Paus nas mãos
Paus no cu e na barriga”









